Portugal, conhecido pela sua rica produção de produtos perecíveis —peixes, mariscos, laticínios e frutas—, depende fortemente de uma logística de frio eficiente para garantir que esses produtos cheguem aos mercados nacionais e internacionais em perfeitas condições.
De olho em 2025, o transporte refrigerado em Portugal precisará enfrentar uma série de desafios derivados da evolução tecnológica, sustentabilidade, mudanças regulatórias e das expectativas do mercado. Vamos aprofundar-nos nos desafios mais relevantes que definirão o seu futuro.
Um dos desafios mais urgentes para o transporte refrigerado em Portugal é a necessidade de reduzir as emissões de carbono e minimizar o impacto ambiental. A União Europeia estabeleceu metas ambiciosas para alcançar a neutralidade climática até 2050 e reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 55% até 2030. Isso implica que, até 2025, as empresas de transporte refrigerado deverão implementar medidas concretas para reduzir sua pegada de carbono.
O uso de combustíveis tradicionais, como o diesel, em veículos refrigerados é uma das principais fontes de emissões no setor. A adoção de veículos elétricos, híbridos ou com tecnologias de hidrogênio será crucial. No entanto, essa transição não é fácil devido aos altos custos de aquisição e à falta de infraestrutura adequada para carregar ou reabastecer esses veículos. Além disso, os caminhões elétricos refrigerados enfrentam desafios adicionais, como o consumo elevado de energia para manter a temperatura constante durante todo o percurso.
As empresas também precisarão buscar soluções inovadoras, como o uso de sistemas de refrigeração mais eficientes e menos poluentes, além de otimizar rotas e cargas para reduzir distâncias e tempos de transporte.
Manter uma cadeia de frio contínua é fundamental para garantir a qualidade e segurança dos produtos perecíveis. A cadeia de frio deve ser preservada em todas as etapas do transporte, desde o ponto de origem até a entrega final. Mesmo uma pequena interrupção pode fazer com que os produtos percam a sua frescura ou, no pior dos casos, se tornem inseguros para consumo.
Em 2025, espera-se que os consumidores e os reguladores sejam ainda mais exigentes quanto à rastreabilidade e ao controle de temperatura. As empresas de transporte refrigerado em Portugal terão de investir em tecnologias IoT (Internet das Coisas) para monitorar, em tempo real, a temperatura das mercadorias. Sensores avançados e sistemas de alerta permitirão detectar qualquer desvio de temperatura e tomar ações corretivas rapidamente.
O crescimento do comércio eletrônico revolucionou a forma como os consumidores compram produtos perecíveis, como alimentos frescos e congelados. 54% dos portugueses fazem compras online, de acordo com um estudo da ACPI, e espera-se que essa tendência continue crescendo em Portugal, aumentando a pressão sobre o transporte refrigerado. Os consumidores exigem entregas mais rápidas e flexíveis, muitas vezes em prazos de 24 a 48 horas.
Para atender a essa demanda, as empresas precisarão otimizar suas operações por meio do uso de centros logísticos estrategicamente localizados em todo o território português. Também será fundamental implementar processos como o cross-docking, que permite minimizar os tempos de armazenagem e acelerar as entregas.
Outro desafio relacionado ao comércio eletrônico é o aumento das entregas de última milha em áreas urbanas, onde as restrições de tráfego e as zonas de baixas emissões complicam o transporte de produtos refrigerados. As soluções devem incluir o uso de veículos elétricos e bicicletas de carga refrigeradas.
O setor de transporte refrigerado em Portugal também precisará se adaptar às novas regulamentações europeias e nacionais que entrarão em vigor nos próximos anos. Essas regulamentações abrangem desde a sustentabilidade e a eficiência energética até a segurança alimentar e o bem-estar do consumidor.
Por exemplo, o Regulamento de Transporte de Mercadorias Perecíveis (ATP) estabelece requisitos rigorosos para os veículos utilizados no transporte de produtos refrigerados. As empresas terão de garantir que a sua frota cumpre essas normas e realizar inspeções periódicas para assegurar o bom funcionamento dos sistemas de refrigeração.
Além disso, haverá uma maior exigência quanto à digitalização da documentação, facilitando o rastreamento e a rastreabilidade dos produtos, mas exigindo, ao mesmo tempo, investimento em software e formação de pessoal.
Outro desafio importante para 2025 é a escassez de motoristas especializados em transporte refrigerado. A profissão enfrenta uma falta de renovação geracional e uma alta taxa de abandono devido às condições de trabalho difíceis e às longas horas na estrada.
As empresas terão de encontrar formas de tornar a profissão mais atraente, oferecendo melhores condições de trabalho, formação contínua e tecnologia que facilite o dia a dia dos motoristas. A automação e a digitalização também podem ajudar a reduzir a carga de trabalho e aumentar a eficiência.
O transporte refrigerado em Portugal em 2025 enfrentará uma combinação de desafios tecnológicos, regulatórios, ambientais e operacionais. Adaptar-se a essas mudanças exigirá inovação, investimento e uma forte colaboração entre todos os atores da cadeia logística. Empresas como a Soapa Europa estão preparadas para liderar essa transformação, implementando soluções que garantam um transporte eficiente, sustentável e de alta qualidade para atender às demandas do mercado português e europeu.